18 de Março de 2017, Trienal de Arquitectura de Lisboa
Foram apresentadas e debatidas as questões dos Projectistas e Construtores relativas aos problemas que enfrentam na legalização deste tipo de construção, abordando as suas experiências, opiniões e formuladas propostas de solução.
Oradores:
Alexandre Bastos, Arquiteto - Ana Antunes, Arquiteta - Bruno Anastácio, Engenheiro Mecânico - Francisco Seixas, Construtor - João Mariz Graça, Arquiteto - Miguel Ferreira Mendes, Arquiteto - Paulo Maeiro, Engenheiro Civil - Raquel Morais, Arquiteta
Moderadores:
Ana Velosa - Vasco Rato
1ª PARTE
2ª PARTE
Antes de mais, gostaria de felicitar a Associação Centro da Terra pela organização deste ciclo de pertinentes debates em torno da construção em terra. Para além disso, a criação desta página de conteúdos e fórum vem permitir que a discussão se estenda e prolongue para além da sala do evento.
Fiquei muito satisfeito com os resultados da primeira MR-Térmica, porque a consonância das ideias apresentadas vão ao encontro do trabalho que temos vindo a desenvolver no grupo da Iniciativa reVer (www.rever.pt), nomeadamente, o estudo desempenho térmico de edifícios em terra e a avaliação dos impactes ambientais dos materiais em terra. Na próxima MR-Térmica em que estaremos presentes, será interessante ter a oportunidade de dar continuidade ao debate apresentando alguns resultados dos estudos desenvolvidos.
Gostaria de dar o meu contributo para o debate fazendo apenas uma pequena nota de correcção em relação a um ponto no resumo da sessão, referente aos valores do coeficiente de transmissão térmica apresentados. A partir de 1 de janeiro de 2016, para construções novas e grandes reabilitações, o U máximo admissível (Umax) passou a ser igual ao U de referência (Uref). Por exemplo, para elementos opacos verticais, os valores a considerar já não são entre 1.45 e 1.75 W/(m2.ºC), dependendo da zona climática, mas sim entre 0.35 e 0.50 W/(m2.ºC) (tabelas em anexo), o que dificulta ainda mais o cumprimento do regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios.
Antes desta alteração do regulamento, pela Portaria n.º 379-A/2015, o debate que está a decorrer era mais pacífico. Usando como exemplo as paredes em taipa, e considerando os valores da publicação ITE54 do LNEC, o U de uma parede em taipa com 60cm de espessura é de 1.30 W/(m2.ºC), ou de 40cm com 1.60 W/(m2.ºC), pelo que era possível cumprir os requisitos na maior parte das zonas climáticas. Actualmente, sem isolamento térmico não é possível ter estes valores de U, pelo que o estudo do desempenho térmico real deste tipo edifícios é pertinente para compreender se nas condições existentes é possível satisfazer os requisitos energéticos e de conforto.
Faço votos para que o debate iniciado seja prolífero.